
“Cada vez que respiramos, afastamos a morte que nos ameaça. (...) No final, ela vence, pois desde o nascimento esse é o nosso destino e ela brinca um pouco com sua presa antes de comê-la. Mas continuamos vivendo com grande interesse e inquietação pelo maior tempo possível, da mesma forma que sopramos uma bolha de sabão até ficar bem grande, embora tenhamos absoluta certeza de que vai estourar.” (Do livro- A cura de Shopenhauer- Irvin Yalom).
“Aquele que não concebe em si a idéia da própria morte, não concebe a idéia da morte do outro” (Fuzinatto- 2010).
Ao falar sobre nossos medos somos levados a explorar um mundo de incertezas, angústias e ansiedade. Abrimos as portas do imaginativo, o não real, já que geralmente sentimos medo daquilo que desconhecemos. Seja no início de um relacionamento quando criamos as expectativas, ou no seu terrível e temível fim, quando nos deparamos com a falta de essas mesmas expectativas.
Falar da morte não é tão diferente, pois falamos da vida que se anuncia trazendo seus desafios e conquistas. Impossível viver sem ao menos ter se questionado o porquê da vida. Mas o que poucos se questionam é o porquê da morte. Nascemos e lutamos todos os dias inconscientes pela nossa vida como se ela nunca acabasse, acumulamos sentimentos como amor, ódio, raiva, momentos de compaixão (...). Trabalhamos arduamente pelos nossos desejos conscientes que não sobra tempo para pensar nos pesares da vida, que culminará com a morte.
Porque nos afastamos deste pesar? Porque tememos tanto a morte?
Neste espaço proponho pensar sobre a morte e todos os outros desfechos que estão por trás daqueles que estão morrendo. Quero discutir com vocês o que também quero compreender. Tendo como principal objetivo a melhor formação médica de cada um de nós, trabalhando nossas capacidades para aprender a lidar com as aflições geradas quando nos depararmos com um diagnóstico que custe a vida de outro ser humano, visando sempre à melhoria na relação com os pacientes.
Façamos deste espaço um local de troca de experiências, para que possamos desenvolver o ser humano existente dentro de todos nós, aquele que é capaz de ouvir, sentir, e perceber o outro e suas limitações, assim seremos capazes de ajudar o próximo.
Monitora-Tutora - Karina Fuzinatto
Sejam Bem-Vindos ao nosso espaço de estudo e reflexão.
ResponderExcluirLydia
“Cada paciente é um universo, e cabe a nós buscar entendê-lo com clareza, para então descobrir suas reais necessidades... Que muitas vezes ficam escondidas atrás de queixas inespecíficas para o médico, mas tão evidentes para o paciente...” (Fuzinatto, 2010)
ResponderExcluirSejam sempre bem-vindos, a cada novo post espero que possamos crescer juntos!
Grande abraço,
Karina
É fundamental compreendermos que não somos imortais. E que assim como o nascimento é um evento que marca o início da vida, a morte representa interrupção da trajetória terrena. Se um paciente em estágio terminal, por exemplo, nega-se a fazer uma sessão de quimioterapia por prefirir presenciar o aniversário do neto. Isso deveria ser permitido. Neste estágio, o aspecto emocional do paciente é extremamente valioso. Não há nada melhor do que viver com a alma sorrindo e com a sensação de dever cumprido.
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